Relações entre Quênia e Somália
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As relações entre Quênia e Somália são as relações diplomáticas estabelecidas entre a República do Quênia e a República Federal da Somália. Ambos são vizinhos, com uma extensão de 682 km na fronteira entre os dois países.
Histórico
[editar | editar código-fonte]Os somalis no Quênia têm historicamente habitado o Distrito da Fronteira do Norte, que mais tarde foi renomeado para Província do Nordeste. O Distrito da Fronteira do Norte surgiu em 1925, quando foi removido da região de Jubalândia no atual sul da Somália.[1] Na época, sob a administração colonial britânica, a metade norte de Jubalândia foi cedida à Itália como recompensa pelo apoio dos italianos aos aliados durante a Primeira Guerra Mundial.[2] A Grã-Bretanha manteve o controle da metade sul do território, que mais tarde foi chamada de Distrito da Fronteira do Norte.[1]
Em 26 de junho de 1960, quatro dias antes da concessão da independência da Somalilândia Britânica, o governo britânico declarou que todas as áreas habitadas pelos somalis da África Oriental deveriam ser unificadas em uma região administrativa. No entanto, após a dissolução das antigas colônias britânicas da região, a Grã-Bretanha concedeu a administração do Distrito da Fronteira do Norte a nacionalistas quenianos, apesar de um plebiscito informal demonstrar o desejo da maioria esmagadora da população da região de se juntar à recém-formada República Somali.[3] Na véspera da independência queniana em agosto de 1963, as autoridades britânicas perceberam tardiamente que a nova administração queniana não estava disposta a desistir das áreas habitadas pelos somalis da qual acabara de receber o controle. Liderados pelo Partido Progressista do Povo da Província do Norte, os somalis do Distrito da Fronteira do Norte procuraram vigorosamente a união com seus congêneres na República Somali ao norte.[4] Em resposta, o governo queniano decretou uma série de medidas repressivas destinadas a frustrar seus esforços no que viria a ser conhecido como a Guerra de Shifta.[5] Embora o conflito tenha terminado em um cessar-fogo, os somalis na região ainda se identificam e mantêm vínculos estreitos com seus congêneres na Somália e se vêem como um povo.[6]
Em outubro de 2011, uma operação coordenada entre os militares somalis e os militares quenianos, a Operação Linda Nchi, teve início contra o grupo de insurgentes Al-Shabaab no sul da Somália.[7][8] A missão foi liderada oficialmente pelo exército somali, com as forças quenianas proporcionando um papel de apoio.[8] No início de junho de 2012, as tropas quenianas foram formalmente integradas na Missão da União Africana para a Somália (AMISOM).[9] Em setembro de 2012, o Exército Nacional Somali e as forças aliadas quenianas da União Africana e a milícia Raskamboni conseguiram capturar a última grande fortaleza do Al-Shabaab, o porto do sul de Kismayo, durante a Batalha de Kismayo.[10]
Em abril de 2014, o governo federal somali retirou oficialmente seu embaixador do Quênia e seu cônsul-adjunto em protesto contra a detenção do oficial consular na capital queniana, Nairóbi.[11]
Em agosto de 2014, o Governo Federal da Somália solicitou formalmente à Corte Internacional de Justiça "para determinar, com base no direito internacional, o curso completo do único limite marítimo que divide todas as áreas marítimas pertencentes à Somália e ao Quênia no Oceano Índico". [12]
Em 2017, o presidente somali Mohamed Abdullahi Mohamed (Farmajo) realizou sua primeira visita de Estado internacional ao Quênia, se reunindo com Uhuru Kenyatta, o presidente do Quênia. Eles discutiram o aprofundamento do comércio e dos laços diplomáticos entre o Quênia e a Somália.[13] O presidente Uhuru Kenyatta participou da posse do presidente Farmajo um mês antes da visita de Farmajo a Nairóbi.[14]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Crise alimentar de 2011 no Corno de África
- Ataque contra a Universidade de Garissa
- Tiroteio e sequestro no centro comercial Westgate
Referências
- ↑ a b Osman, Mohamed Amin AH (1993). Somalia, proposals for the future. [S.l.]: SPM. pp. 1–10
- ↑ Oliver, Roland Anthony (1976). History of East Africa, Volume 2. [S.l.]: Clarendon Press. p. 7
- ↑ David D. Laitin, Politics, Language, and Thought: The Somali Experience, (University Of Chicago Press: 1977), p.75
- ↑ Bruce Baker, Escape from Domination in Africa: Political Disengagement & Its Consequences, (Africa World Press: 2003), p.83
- ↑ Rhoda E. Howard, Human Rights in Commonwealth Africa, (Rowman & Littlefield Publishers, Inc.: 1986), p.95
- ↑ Godfrey Mwakikagile, Kenya: identity of a nation, (Godfrey Mwakikagile: 2007), p.79.
- ↑ «Somalia government supports Kenyan forces' mission». Standardmedia.co.ke. Consultado em 9 de setembro de 2017. Arquivado do original em 14 de março de 2012
- ↑ a b Joint Communique – Operation Linda Nchi
- ↑ «Kenya: Defense Minister appointed as acting Internal Security Minister». Garowe Online. 19 de Junho de 2012. Arquivado do original em 30 de Novembro de 2012
- ↑ Chonghaile, Clar Ni (28 de Setembro de 2012). «Kenyan troops launch beach assault on Somali city of Kismayo». The Guardian
- ↑ «SOMALIA: Somalia recalls its Ambassador to Kenya following the arrest of a diplomat». Raxanreeb. 27 de Abril de 2014. Consultado em 9 de setembro de 2017. Arquivado do original em 21 de agosto de 2017
- ↑ «Somalia sues Kenya at top UN court over maritime border». AFP. 28 de Agosto de 2014
- ↑ «Uhuru, Farmaajo agree to restore Nairobi-Mogadishu flights, open two border points». the-star.co.ke
- ↑ «Uhuru assures new Somalia president Kenya's support in rebuilding nation». the-star.co.ke
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Kenya–Somalia relations».